Como forma de contribuir para uma nova geração de líderes femininas que devem impulsionar os desenvolvimentos científicos e tecnológicos em diversos países, nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), o Programa de Bolsas Marie Sklodowska-Curie (MSCFP) da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) está com inscrições abertas até o dia 30 de setembro de 2024.

O objetivo do Programa de Bolsas é ajudar a aumentar o número de mulheres na área nuclear pelo mundo, apoiando uma força de trabalho inclusiva de mulheres que cursam mestrado e que contribuem e para a inovação científica e tecnológica em escala global.

Nomeado em homenagem à física pioneira e duas vezes ganhadora do Prêmio Nobel Marie Skłodowska-Curie, o MSCFP da AIEA tem, desde 2020, inspirado e incentivado muitas jovens mulheres a seguir carreira na área nuclear, oferecendo a elas bolsas de estudo complementar de até 24 meses, em programas de mestrado, além de uma oportunidade de fazer um estágio no exterior também facilitado pela AIEA.

Concedidas anualmente as bolsas priorizam, na seleção das alunas, fatores como o campo de estudo e a diversidade geográfica e linguística, entre outros.

Para saber como participar basta acessar a área informações para candidatos no site da AIEA, aqui.

Mestrandas do IPEN marcam presença

Desde o lançamento do programa em 2020 um total de 560 mulheres foram premiadas com bolsas em mais de 120 países. As premiadas estão estudando uma ampla gama de tópicos nucleares em mais de 70 países ao redor do mundo.

No Brasil, apesar de as mulheres enfrentam barreiras em todos os níveis para entrar e crescer nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), todos os anos o País é representado entres as contempladas. Somente no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) 4 estudantes do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu - Programa de Tecnologia Nuclear (IPEN/USP) já foram contempladas.

Entre elas, Lilian Ninoska em 2020, Gabriele Moreira e Stephanie Pavão em 2021 e Wanessa das Barboza em 2023. Para a contemplada na última edição (2023), Wanessa Barbosa, a bolsa serviu como um incentivo para continuar suas pesquisas na área de matérias utilizados em reatores nucleares.

"Ter um incentivo como a bolsa da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) me ajudou bastante a abrir a visão para conhecer os campos onde eu posso seguir na minha carreira como pesquisadora e como profissional. Além disso, ter participado dos eventos internacionais, como o realizado em Viena em março passado no dia da mulher, que reuniu várias contempladas com a Bolsa Marie Curie de diversos países, serviu para conhecer outras mulheres que pesquisam a área nuclear, além de conhecer os dilemas que envolvem esta carreira. Isso foi fundamental para ampliar as minhas possibilidades futuras em escala global”. Explicou Wanessa Barboza.

Com a finalização do mestrado no IPEN a estudante deve realizar o estágio obrigatório, que pode ser realizado fora do País, e também custeado pela Agência, se configurando como uma experiência única. Motivo pelo qual ela convida as demais estudantes de mestrado do setor nuclear a se inscrever no programa de bolsas.

Ulysses Varela - Jornalista Científico - Bolsista BGE-DA/IPEN-CNEN