O Prêmio é concedido a pesquisadores da Pós-Graduação que tiveram trabalhos científicos publicados em periódicos de alto impacto.

Pesquisa coordenada pelos químicos Almir Oliveira Neto e Rodrigo Fernando Brambilla de Souza, ambos do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio (CECCO) do IPEN, gerou o artigo agraciado com o Prêmio Destaque da Pós-Graduação em Química 2022. O anúncio foi divulgado pelo Instituto de Química da USP apenas em setembro deste ano e contempla pesquisadores da Pós-Graduação que tiveram artigos publicados em periódicos científicos de alto impacto.

O artigo premiado intitula-se "Layered graphene/hexagonal boron nitride nanosheets (Gr/hBNNs) applied to the CO2 photoconversion into metanol”, publicado no período "Applied Materials Today”.

Além de Oliveira Neto, orientador do curso de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear-Materiais IPEN-USP, Souza é pós-doutorando, Otubo e Ricci são pesquisadoras do Centro de Ciência e Tecnologia dos Materiais (CECTM) do IPEN. Também assinam o artigo Paulo Victor Rodrigues Gomes, doutorando do IPEN, Nathália F. B. Azeredo, Luis M. S. Garcia, Priscilla J. Zambiazi pós doutorandas do IPEN na época da publicação, Giovanni Rodrigues Morselli e Rômulo Augusto Ando membros do Instituto de Química da USP e Debora F. Rodrigues da Universidade Houston. Esse artigo configura uma colaboração coordenada pelo IPEN com o Instituto de Química Fundamental da USP e da Universidade de Houston.

A pesquisa descrita no artigo refere-se à conversão do dióxido de carbono em metanol utilizando processos fotocatalíticos que resultaram na sintetização de uma nova geração de materiais bidimensionais (2D) com a presença do grafeno.

Segundo Oliveira Neto, foi realizado um pedido de depósito de patente em 2022 descrevendo o equipamento capaz de produzir diferentes tipos de materiais bidimensionais. O material descrito no artigo mencionado foi desenvolvido utilizando o equipamento para o qual foi realizado o depósito de patente. O produto obtido pode ter aplicação em diferentes ramos da indústria, como na microeletrônica, metalúrgica, ótica, catalise entre outras.

A possibilidade da síntese de novos materiais 2D permite estar na fronteira das áreas de Materiais e Química, com o desenvolvimento de produtos para o armazenamento de energia . Outros exemplos, os materiais sintetizados poderiam ter uma aplicação na área Nuclear, na remoção de rejeitos radioativos ou na proteção de superfícies metálicas evitando corrosão.

"Ficamos felizes com o prêmio, pois foi o reconhecimento da importância do trabalho publicado, que ultrapassa os limites da cerca do IPEN. O artigo tem sido citado por outros trabalhos publicados recentemente”, comenta Oliveira Neto. "Nós temos que sempre acreditar em nossas ideias, na nossa intuição. Temos que ser criativos, mesmo que a visão da maioria seja contrária”, conclui.