O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNENem São Paulo, recebeu, no último dia 21, dois integrantes da Diretoria Científica da Fapesp, Wagner Caradori do Amaral, assessor da Coordenadoria Geral, e Patrícia Vilarinho Tambourgi, assessora da Diretoria Científica. A visita marcou a apresentação de um novo modelo de gestão de projetos que recebem apoio da Fundação.
A recepção ocorreu nas novas instalações do Escritório de Gestão de Projetos (EGP), localizadas no prédio da Administração. Os visitantes foram recebidos por Isolda Costa, diretora superintendente do IPEN/CNEN, Niklaus Wetter, coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino (COPDE), Marcelo Linardi, coordenador do projeto PDIP/FAPESP, Augusto Raupp, gerente do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), Arnaldo da Silva, assessor da Superintendência, e Fernando Moreira, gerente do EGP.
Durante a reunião, Moreira destacou iniciativas financiadas pela Fapesp, incluindo o projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde (PDIp)” – PDIP/FAPESP2017/50332-0, coordenado por Linardi. O principal objetivo é capacitar o IPEN/CNEN para desenvolver novos radiofármacos destinados a diagnósticos e tratamentos avançados na medicina, com segurança e qualidade adequadas à escala industrial.
Resumidamente, o projeto inclui pesquisas para avaliar a eficácia e segurança desses produtos, bem como melhorias em sistemas de detecção de radiação, radioterapia, medicina nuclear e radiodiagnóstico. Além disso, o projeto planeja criar, pela primeira vez no Brasil, um núcleo especializado em estudos de imagem molecular para mapear alterações biológicas, além de explorar tecnologias inovadoras, como a protonterapia. Também visa fortalecer a gestão do conhecimento e a conexão com o setor produtivo.
A agenda no IPEN/CNEN incluiu visitas ao Laboratório de Novos Radiofármacos, no Centro de Radiofarmácia (CECRF), ao Laboratório SNOM (Scanning Near-field Optical Microscopy), no Centro de Lasers e Aplicações (CELAP), e à unidade móvel para tratamento de efluentes industriais, no Centro de Tecnologia das Radiações (CETER). Os laboratórios no CECRF e CELAP foram financiados pelo projeto PDIP/FAPESP 2017/50332-0. Também foram visitados o Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 e a Unidade Móvel de Irradiação, ambos no CETER. Isolda Costa, superintendente do IPEN/CNEN, destacou que a Fapesp é reconhecida como uma "parceira essencial para o avanço das pesquisas, publicações científicas e formação de recursos humanos no Estado de São Paulo, com uma colaboração histórica que beneficia gerações de pesquisadores”.
"Foi uma visita de cortesia dos integrantes da Fapesp, o que muito prestigia o Instituto”, afirmou Moreira. Segundo ele, os visitantes ficaram "imensamente satisfeitos” com a estrutura apresentada pelos gestores do IPEN/CNEN, e puderam conhecer in loco os equipamentos, fruto do investimento que a Fapesp proporcionou ao Instituto, bem como os resultados científicos e tecnológicos que irão perdurar por anos.
Durante a visita, os dirigentes da Fundação puderam observar os resultados dos investimentos realizados e destacaram a qualidade da infraestrutura apresentada. "Obrigada pela manhã incrível hoje. Superou qualquer expectativa. Agradeço por toda atenção, carinho e acolhimento! Em breve combinamos a próxima visita", comentou Patricia Tambourgi, sobre a experiência no IPEN/CNEN.
Pioneirismo
Estimado em R$ 18 mi, o projeto PDIP/FAPESP 2017/50332-0, como um todo envolve a aquisição de mais de 10 equipamentos multiusuários de médio e grande portes para o IPEN/CNEN. Entretanto, Linardi destaca dois macros objetivos. O primeiro diz respeito à implantação, de uma maneira inédita no país, de uma infraestrutura laboratorial exclusiva para P&D em Radiofarmácia, seguindo todas as normas e especificações da ANVISA e outros órgãos de vigilância sanitária, visando novos radiofármacos teranósticos avançados.
O segundo objetivo macro se refere à aplicação da nanotecnologia desses novos radiofármacos e outras finalidades em saúde em geral. Neste objetivo – salienta Linardi – destaca-se a aquisição de um equipamento estratégico na área, o SNOM, de microscopia a LASER, de resolução nanoscópica – "O IPEN/CNEN é uma das três instituições que dispõem desse microscópio no mundo”, pontua. O SNOM é o único método ótico (portanto não invasivocom super-resolução que permite resolver o interior de uma molécula com resolução sub-nanométrica.
"Como o SNOM captura a distribuição de luz do campo próximo, as imagens não apresentam nenhuma contribuição de luz fora de foco, como em outros métodos de imagem ótica. Um SNOM correlaciona a topografia da amostra com uma análise espectral de luz. É essencial para vários campos de pesquisa, tais como plasmônica, guias de ondas fotônicas, micro e nanolasers, fotocondutores, fenômenos biológicos celulares, dentre outros. Por ser uma técnica não invasiva, o SNOM apresenta suma importância no mapeamento de células vivas”, explicou Linardi.