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Com primeira superintendente mulher em 68 anos, IPEN marca presença em evento sobre Mulheres na Ciência

Publicada em: 10/03/2025 09:33 - Notícias

No dia 7 de março, a diretora e superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), Dra. Isolda Costa, participou do evento de lançamento da programação "Lugar de Mulher é na Ciência 2025", realizado no Museu Catavento, em São Paulo. O espaço, dedicado à divulgação científica, foi palco de discussões sobre os desafios e oportunidades para as mulheres na ciência brasileira.

A Dra. Isolda foi uma das debatedoras do painel "Mulheres na Ciência - Presente e Futuro da Inovação no Brasil", ao lado de grandes cientistas, como a Dra. Daniella França, bióloga, zootecnista e ambientalista, atuante na conservação da biodiversidade do Pantanal e a Dra. Isabel de Fátima Correia Batista, diretora do Museu Histórico do Instituto Butantan e gerente executiva do Centro de Excelência para a Descoberta de Novos Alvos Moleculares (CENTD). A mediação do debate ficou a cargo da Dra. Maria Inês Ribas, professora e pesquisadora da Universidade Federal do ABC (UFABCe coordenadora do projeto "Menina Ciência - Ciência Menina" (MCCM).

Para o IPEN, a participação no evento representou uma oportunidade para destacar o trabalho realizado no instituto, compartilhar trajetórias e discutir a importância da diversidade e da equidade de gênero na ciência e na gestão científica. Como primeira mulher a ocupar a superintendência do IPEN em seus 68 anos de história, a Dra. Isolda, que está na instituição desde 1984, reforçou a relevância da presença feminina não apenas na pesquisa, mas também nos espaços de tomada de decisão.

"Eu confio na potência das mulheres, na capacidade de gestão, de liderança. Precisamos de mais mulheres assumindo desafios e ocupando espaços estratégicos. É preciso coragem, mas nós temos competência para isso. Atualmente, cerca de 50% da alta gestão do IPEN é composta por mulheres, mas ainda há um longo caminho para ampliar essa representatividade”, reforça Isolda. Sobre o Museu Catavento e o evento sobre Mulheres na Ciência, a superintendente do Ipen destaca: "eu não tive essa experiência quando era criança. Nasci em Campina Grande, na Paraíba, cresci entre o Nordeste e o Norte do Brasil e na minha época não havia espaços de divulgação científica como esse. Eventos assim despertam o interesse e motivam meninas a seguirem na ciência".

A Dra. Maria Inês, mediadora do debate, ressaltou que os desafios da sociedade são amplos e complexos demais para serem solucionados apenas por homens. A Dra. Daniella trouxe à discussão o recorte de gênero e raça, enfatizando que a trajetória na ciência é ainda mais desafiadora para mulheres negras. Ela, que cresceu tendo homens cientistas como referência, reforçou a necessidade de ampliar a representatividade feminina na ciência, para que novas gerações possam se inspirar em mulheres que já trilharam esse caminho. A Dra. Isabel destacou o esforço de muitas mulheres que trabalham durante o dia em outras funções e, à noite, dedicam-se à graduação para construir uma carreira na ciência, superando múltiplos desafios.

Outro tema abordado foi a desigualdade parental. As pesquisadoras defenderam a inclusão da licença-maternidade no currículo Lattes, reconhecendo que a maternidade impacta diretamente a trajetória acadêmica das cientistas e deve ser considerada na avaliação de produtividade e oportunidades na carreira científica. A Dra. Isolda relembrou como sua mãe, uma mulher que sempre trabalhou e valorizou a educação, foi essencial para que pudesse se dedicar à pesquisa. Quando Isolda teve filhos, seus pais, já aposentados, mudaram-se do Rio de Janeiro para São Paulo para ajudá-la, garantindo que ela pudesse conciliar carreira e maternidade. "Eu devo minha dedicação à ciência e à pesquisa a uma mulher: minha mãe. Ela me deu todo o suporte para que eu pudesse seguir esse caminho", afirma.

Isolda encerrou incentivando jovens mulheres a considerarem a carreira científica e reforçando que o IPEN está de portas abertas para recebê-las. A programação "Lugar de Mulher é na Ciência 2025" reafirma o compromisso do IPEN com a ampliação do acesso das mulheres à ciência e à inovação no Brasil, inspirando novas gerações de cientistas e líderes.

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