A estudante Elizaneia Fonseca, que cursa Química na UFRPE, universidade anfitriã do evento, e se comunica por Língua Brasileira de Sinais (Libras), visitou o estande da CNEN na ExpoT&C acompanhada de um intérprete. Ela destacou a importância da acessibilidade visual para o aprendizado na área de energia nuclear.
- (Foto: Bianca Wendhausen/CNEN)
A participação da CNEN na ExpoT&C — exposição de ciência, tecnologia e inovação que integra a programação da Reunião Anual da SBPC — tem despertado a curiosidade do público por seu caráter inovador, com destaque para o painel em forma de cordel, uma homenagem à cultura pernambucana.
“Fiquei ainda mais empolgada. Pude observar, entender melhor e aumentar meu conhecimento. A parte visual do estande ajudou muito, porque só com textos a gente, que é surdo, tem mais dificuldade. Hoje consegui compreender assuntos da disciplina com mais clareza”, contou.
Elizaneia também mencionou que a experiência pode influenciar seus próximos passos: “quem sabe, no futuro, eu possa incluir isso no meu TCC ou até seguir na pesquisa. Eu quero mais do que só sala de aula, talvez ciência, pesquisar. A ciência é muito ampla”.
E assim a CNEN se apresenta na SBPC, entre conversas, descobertas e olhares curiosos. No contato com as crianças, pesquisadores e divulgadores científicos transformam a ciência em jogo, metáfora e surpresa. Basta olhar para a tabela periódica ilustrada com aplicações práticas de todos os elementos. “Os elementos radioativos são como o incrível Hulk: poderosos e capazes de destruir doenças”, comparou, em tom bem-humorado, a pesquisadora Carla Souza Daruich.
Do outro lado, uma criança observa a maquete iluminada de um reator nuclear e escuta que aquilo funciona como a panela de pressão da mãe. Com cara de espanto, imita o barulho com a boca como se fosse o vapor saindo do pino. Um servidor veste a roupa Tyvek, usada em casos de emergências radiológicas. Em poucos segundos, vira atração da ExpoT&C. “É um astronauta?”, pergunta um menino.
A divulgação científica começa quando a curiosidade encontra espaço para crescer. Foi o que aconteceu com a pequena Ester Ribeiro Leite, nossa mini cientista por um dia, com jaleco, óculos de proteção e balão volumétrico na mão. Com analogias simples e exemplos do cotidiano, mostramos que a ciência nuclear já está no nosso cotidiano. Só falta, mesmo, ajustar o foco do olhar.
A CNEN é uma autarquia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e possui sete unidades técnico-científicas: Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo, Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) e Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), no Rio de Janeiro, onde também está sediada, o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), em Belo Horizonte, o Laboratório de Poços de Caldas (LAPOC), em Poços, e os Centros Regionais de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE) e do Centro-Oeste (CRCN-CO).
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- (Foto: Bianca Wendhausen/CNEN)
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