O Instituto de Energia Atômica (IEA), atualmente conhecido como Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN), foi criado em 31 de agosto de 1956 com a missão visionária, entre outras, de receber e operar um reator nuclear de pesquisa doado pelo governo norte-americano através do programa "Átomos para a Paz”. Em 23 de setembro de 1957, com uma equipe de menos de 25 pessoas, iniciaram-se as obras para a construção do prédio que abrigaria o futuro reator no campus da Universidade de São Paulo (USP), na época um local com ares rurais.

Após um período de incessante trabalho por parte de pesquisadores, técnicos e engenheiros que atuavam de segunda à sábado, que, no dia 16 de setembro de 1957, às 11h10, o reator IEA-01 alcançou sua primeira operação controlada, sua primeira criticalidade, após mais de 12 horas de operações iniciais. Esse momento histórico marcou o início de uma nova era para a ciência e tecnologia no Brasil noticiada nos jornais da época. Desde então, o "coração azulado” do IPEN tem pulsado incessantemente, impulsionando pesquisas científicas, a produção de radiofármacos, a formação de recursos humanos e acadêmicos, e a inovação tecnológica.

O Reator IEA-R1, um dos mais antigos em operação contínua no mundo, é testemunho da dedicação, competência e comprometimento dos profissionais que o operam com qualidade e segurança. A eles, nosso mais profundo agradecimento. Graças a gerações de servidores que passaram pelo atual Centro do Reator de Pesquisa e aos demais centros que se desenvolveram ao longo de décadas, o IPEN não só avança na fronteira do conhecimento, mas também abre suas portas para quase dois mil visitantes por ano, promovendo a divulgação científica e inspirando futuras gerações.